/ Você conhece a campanha Janeiro Branco?

jan 12, 2022
Você conhece a campanha Janeiro Branco?

Por Verónica Gálvez Collado, consultora DEI e especialista em Migração, Refúgio e Interculturalidade

#acessibilidade: cartela em fundo amarelo, cantos em vermelho e cinza escuro, no canto superior direito o logo da empresa Integra Diversidade. No centro da imagem a frase: “Janeiro Branco: mês da saúde mental. O que as empresas podem fazer?”e a fita de cor branca símbolo da campanha. 

Assim como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, campanhas que visam aumentar a conscientização da prevenção do câncer de mama e de próstata, o Janeiro Branco foi idealizado para ampliar a discussão sobre a importância do cuidado da saúde mental. 

A partir do início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a Síndrome de Burnout passa a ser considerada como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. Com isso, as empresas passam a ser ainda mais responsáveis pela saúde mental das pessoas colaboradoras. Alguns sintomas da Síndrome são: exaustão, dificuldade de concentração, irritabilidade, isolamento, depressão e ansiedade. É necessário um olhar atento para que esses sintomas sejam identificados e tratados, promovendo espaços de prevenção e responsabilidade com as pessoas colaboradoras que possam estar passando por esta situação.

A campanha, não por acaso, acontece no primeiro mês do ano, momento de reflexão e de planejamento conectado às ideias de recomeço, novos ciclos e no qual a vontade de renovação e de iniciar projetos com propósito vem com força para lembrar a importância de olharmos para nossas emoções e vontades com mais atenção. O objetivo é que a sociedade passe a se atentar às questões da mente com a mesma seriedade com que trata questões relacionadas ao físico.

O contexto atual da pandemia não só intensificou a desigualdade e vulnerabilidade de alguns grupos populacionais, como também desafiou as mentes e emoções de todas as pessoas. Considerando as diferentes realidades existentes no acesso à saúde, ficou claro que os serviços públicos não estavam preparados para lidar com a Covid-19 e tampouco tinham condições ideais para tratar a grande quantidade de demandas relacionadas à saúde mental, que cresceram exponencialmente a partir dessa nova realidade – quadros de ansiedade, estresse, depressão e até casos de suicídio tiveram aumento no período. 

No país, a Pesquisa Impacto Psicológico Inicial da Pandemia COVID-19 no Brasil, especifica que as taxas de prevalência de depressão e ansiedade estão em até 61% e 44%, respectivamente, dados que não podemos ignorar. Fomos atingides por vários desequilíbrios mentais e emocionais, seja pelo contexto do isolamento social, pelo lutos de entes querides, incertezas sobre a situação da situação econômica, política e social, entre outros. As mudanças em vários aspectos da vida provocaram uma diminuição das nossas capacidades de produtividade e sobretudo, de bem-estar. 

Portanto, é fundamental a criação de espaços que repensem nossas práticas dos últimos dois anos em prol da nossa qualidade de vida. Também é importante analisar como enfrentamos o estresse cotidiano, como trabalhamos, produzimos e contribuímos nos lugares onde transitamos, e sobretudo, quais estratégias podemos praticar para manter nosso equilíbrio emocional e mental para além da saúde física (que, sabemos, também é muito importante). 

Por isso, compartilhamos aqui algumas dicas para que as empresas possam colocar em prática nesse mês:

  • Programa de saúde mental: uma sugestão é contratar especialistas de meditação, para diminuir a ansiedade e o estresse, e da psicologia, para atender as pessoas colaboradoras de forma individual ou em grupo, assim como criar espaços de descompressão nas organizações. 
  • Ambiente empático: lembre-se que muitas pessoas colaboradoras podem morar sozinhas ou não terem um espaço para dialogar sobre as coisas que as deixam aflitas. Uma alternativa para isso seria criar espaços de convivência virtuais (caso não tenham voltado ao presencial ou híbrido) para compartilhar um café, um drink ou um jogo (como dixit). Com isso, é possível estimular o diálogo e reconhecimento das pessoas e suas diversidades.
  • Se eu cuido de alguém, eu tenho que me cuidar também: muitas pessoas, em sua maioria as mulheres, precisam cuidar da casa, das crianças ou das pessoas idosas depois de sua jornada no trabalho remunerado. Uma boa ideia é que a empresa seja uma facilitadora e dialogue com as dificuldades que as pessoas colaboradoras estejam passando para entender e co-criar estratégias com o intuito de auxiliar a equipe na conquista de um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, evitando a sobrecarga.

É fundamental lembrar que trabalhar com pessoas é trazer a humanidade para nossas práticas. Nós, da Integra Diversidade, colocamos em primeiro lugar a saúde, tanto mental como física, de nossas colaboradoras e parceiras quando desenvolvemos nossas ações. Para valorizar as nossas capacidades e não perder nossas potências em tempos difíceis como estes que vivemos, é mandatório respeitar nossos limites. 

E aí? Como a sua empresa tem discutido e pensado sobre a saúde mental internamente?

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